segunda-feira, 29 de abril de 2013

Artigo no Jornal O Globo

Mais um artigo no jornal O Globo. Para quem não quer engordar o caixa da família Marinho, segue reproduzido abaixo.

A propósito, sempre me intrigam as ilustrações que eles incluem junto com os artigos. Se alguém conseguir compreender a relação dela com o conteúdo do artigo, por favor me avise.

Clique na figura, para ampliá-la

Sem concorrência, não há inovação

Atualmente o Brasil investe 1,2% do PIB em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Se não chega a ser um desempenho brilhante, está longe de ser um fracasso. Trata-se de percentual próximo ao de alguns países mais desenvolvidos, como Espanha e Itália, e muito superior ao dos países da América Latina.

A comparação com os países mais ativos nessa área mostra que, no caso brasileiro, são os investimentos privados em P&D que ainda são modestos e precisam ser aumentados.

Nesse sentido, há alguns dias o governo federal lançou o Plano Inova Empresa, um conjunto de medidas de fomento à inovação. O plano consiste em diversas ações voltadas para redução do custo do investimento corporativo em P&D. Além da ampliação do volume de financiamento, foi criada a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), para promover uma maior aproximação entre empresas, centros de pesquisa e universidades públicas. Também foram propostas medidas para promover a gestão integrada e a coordenação dos diversos programas do governo de estímulo à inovação, bem como redução da burocracia no acesso das empresas a eles.

É difícil, sem um maior detalhamento das propostas, avaliar a possibilidade de sucesso do plano. No entanto, pode-se dizer que, em parte, o diagnóstico está correto. Em especial, as ações anunciadas buscam mitigar os principais custos associados à atividade de inovação no Brasil, principalmente no setor privado.

Entretanto, o diagnóstico que orientou o Plano ignora que as empresas não inovam por acaso, mas para obter vantagens sobre seus concorrentes. Mesmo que o custo do investimento em inovação caia, se as empresas brasileiras não enxergarem benefícios significativos na atividade, não aumentarão significativamente o esforço inovativo.

Para ilustrar esse ponto, basta notar que, a despeito do aumento expressivo do volume de recursos públicos disponíveis para o fomento à inovação, o investimento privado na atividade aumentou muito pouco nos últimos anos. Há recursos, mas as empresas não se interessam em utilizá-los.

Ou seja, não basta reduzir o custo, como pretende o Plano: é preciso também aumentar o benefício percebido pelas empresas com a inovação. E, nesse sentido, a competição é talvez a ferramenta mais poderosa para alcançar esse objetivo. Para que as empresas inovem mais é preciso expô-las à competição internacional.

Não é isso o que se vê. De fato, a política industrial brasileira tem tido um viés cada vez mais protecionista. Apenas para citar um exemplo: requerimentos de conteúdo local têm se tornado cada vez mais comuns como ferramenta de política industrial. E, para piorar, não há sinalização de que esses requerimentos serão reduzidos com o tempo. Ao isolar ainda mais as empresas brasileiras da competição internacional, reduzem-se os incentivos para inovar. Se a inovação não se tornar um imperativo para as empresas, políticas que reduzem o custo da atividade inovativa, como as anunciadas recentemente, correm o risco de ter efeito muito limitado.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Sobre o tipo de apoio que interessa

Não posso dizer que sou amigo do Zé Renato. Em cidade pequena todo muito se conhece, temos vários amigos em comum. Já conversamos animadamente muitas vezes. Mas, definitivamente, não posso dizer que sou amigo dele. Sequer votei nele. Porém, eu posso dizer que hoje me emocionei com Zé Renato. Fiquei orgulhoso do Zé Renato. Do cidadão miguelense Zé Renato. Que por força das circunstâncias ocupa uma cadeira na câmara de vereadores de Miguel Pereira.

Como único vereador do partido prefeito, a decisão mais fácil seria apoiá-lo. Outros vereadores da base de apoio o fizeram. Tinha uma boa desculpa: a direção municipal do partido assim havia deliberado. Poderia perder o mandato caso não acatasse essa deliberação. Provavelmente ganharia muitos pontos dentro do partido se decidisse pelo apoio. No entanto, preferiu apoiar a cabeça no travesseiro e dormir em paz com sua consciência.

quinta-feira, 11 de abril de 2013

O Profeta Novamente

Os leitores desse blog já conhecem O Profeta, que volta e meia aparece nos meus sonhos para anunciar seus prognósticos sobre o futuro, geralmente envolvendo futebol e Fluminense (veja outros sonhos aqui e aqui).

Ele já havia aparecido há algumas semanas para me dizer que o jejum de gols de Rhayner, nosso artilheiro imaculado, somente se encerraria na final da Libertadores de 2013, com o gol do título. Como logo depois Rhayner marcou um gol contra o Resende pelo Campeonato Carioca, não dei muita pelota para a profecia

Pelo jeito isso irritou profundamente O Profeta. Ontem, após o empate com o Grêmio ele apareceu novamente em meu sonho, furioso.

Profeta: Você ignorou minha profecia!
Eu: Mas ela já se mostrou falsa, o nosso artilheiro já anotou o tão esperado gol contra o Resende.
Profeta: Gol? Que gol?
Eu: Você não vê televisão? Não lê jornais?
Profeta: Aquilo foi gol contra do goleiro. A súmula do árbitro não tem valor algum. O que vale é a súmula dos deuses do futebol.
Eu: Não havia pensado sob essa perspectiva.
Profeta: Você acha que o bandeirinha anulou o gol do Rhayner contra o Grêmio porque estava mal colocado? Porque se equivocou? Ledo engando. O árbitro assistente foi apenas um instrumento dos deuses do futebol para garantir que a profecia se cumpra. Não foi ele que levantou a bandeira. Foram os deuses do futebol.
Eu: Faz sentido. Jamais deveria ter duvidado de você.
Profeta: Ouça com atenção e anuncie a boa nova. Fluminense campeão da Libertadores de 2013. Com gol de Rhayner nos minutos finais. Gol do título. Até lá continua o jejum.

E O Profeta foi lentamente se afastando de mim. Mas antes de sumir na névoa dos sonhos ele ainda se dirigiu a mim mais uma vez.

Profeta: Está escrito há seis mil anos. 43 minutos do segundo tempo. Gol de Rhayner. Fluminense campeão da Libertadores de 2013.

O herói do título

terça-feira, 9 de abril de 2013

Investimento em Infraestrutura no Brasil

Ontem saiu uma reportagem no jornal Valor Econômico que, entre outras coisas, destaca a importância da construção de um ambiente regulatório adequado para atração de investimentos em infraestrutura no Brasil. Eu também acabei dando meu pitaco nessa discussão.

Taxa de retorno baixa pode atrair investimento “ruim”, dizem analistas