quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Deu no O Globo

O jornal O Globo publicou hoje um artigo que escrevi sobre a política de conteúdo local no setor de petróleo. Para quem não leu, ele segue transcrito abaixo.

Falta Foco

Com o advento do pré-sal, os investimentos na produção e exploração de petróleo podem chegar a 400 bilhões de dólares nos próximos dez anos. O governo tem encarado esses investimentos como uma oportunidade para desenvolver setores industriais associados, direta ou indiretamente, ao petróleo. A principal ferramenta usada pelo governo para alcançar este objetivo tem sido a política de conteúdo local.

Será essa uma boa estratégia? A resposta depende de qual objetivo se quer alcançar, além, claro, dos detalhes da execução da política.

Para o fomento de novos setores, não se deve maximizar o conteúdo local, mas a chance de desenvolver empresas competitivas, capazes de caminhar com as próprias pernas. Para isso, o requerimento de conteúdo local deve ter data para acabar, com redução gradativa do aparato protecionista. Caso contrário, há o risco de criar indústrias ineficientes, incapazes de competir internacionalmente, dependentes eternas da demanda cativa garantida pela política industrial. Temos inúmeras experiências desse tipo, a Lei de Informática talvez seja o exemplo mais emblemático. Países como a Noruega fugiram dessa armadilha e foram bem-sucedidos, o que mostra que há alternativas.

A política atual não só não tem regras de saída, como carece de foco. Hoje ela alcança uma gama muito ampla de setores. Faria mais sentido econômico concentrar o foco naqueles setores mais diretamente relacionados ao petróleo. Serão esses os mais fortemente impactados pela demanda advinda da exploração e produção de petróleo no pré-sal. Desses, também é preciso selecionar os que têm perspectiva de se tornarem competitivos. Para estes, a política de conteúdo local deve funcionar como impulso inicial, que deve ser removido ao longo do tempo, pela gradual exposição à competição internacional, algo que não foi sinalizado pela atual política.

Para os setores que já estão estabelecidos no Brasil, mas que podem se beneficiar da demanda do setor de petróleo - siderurgia, por exemplo -, o mais adequado é adotar políticas que aumentem a sua competitividade (redução de carga tributária, diminuição do preço da energia, entre outras), e não políticas de conteúdo local.

Por fim, é preciso atenção especial à inovação. Programas como o Inova Petro, recentemente lançado pelo governo, são importantes.

Mas não basta financiar e reduzir o custo da atividade inovadora. É preciso torná-la um imperativo para as empresas. Nesse sentido, a concorrência é uma ferramenta muito poderosa: empresas não inovam por acaso, mas para obter vantagens sobre seus concorrentes. Novamente, é preciso expor gradualmente o mercado doméstico à competição internacional, de modo a construir os incentivos corretos para o investimento em inovação.

É difícil mudar as regras nos contratos em vigor. Mas para as próximas rodadas de licitação temos a oportunidade de fazer as mudanças, tornando a política de conteúdo local mais efetiva e com maior chance de sucesso.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Restringir importações: má ideia

Pedro e Fragelli didáticos e afiados como sempre. Veja aqui por que restringir importações é um tiro no pé. Recomendado inclusive para quem não é economista.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Contagem Regressiva

Agora que já foram encerradas as Olimpíadas, começou a contagem regressiva para o evento esportivo, cultural e etílico mais importante do ano. Faltam 100 dias para a Copa ED.

A Volta do Profeta

Talvez sugestionado pelas comemorações do centenário do nascimento de Nélson Rodrigues, voltei a sonhar com o Profeta (veja o outro sonho aqui). Dessa vez ele estava sentado no murinho em frente ao Chico Rey, comendo um cachorro quente que acabara de comprar no podrão ali perto.

Profeta: É campeão!
Eu: Campeão do quê?
Profeta: Não finja que não sabe do que eu estou falando.
Eu: Copa ED?
Profeta: Claro. Do que mais haveria de ser? Mauricio, Dumato, Fred, Douglas, Flávio, Rodrigo, Joselito, Fernandinho e Ed. Essa é a escalação do time campeão.
Eu: É um time sem craques ...
Profeta: Na Copa ED craques são um luxo desnecessário. Mauricio, Dumato, Fred, Douglas, Flávio, Rodrigo, Joselito, Fernandinho e Ed. Essa é a escalação do time campeão.

Fui caminhando em direção ao Calçadão do Viô, mas o Profeta continuava a gritar.

Profeta: Mauricio, Dumato, Fred, Douglas, Flávio, Rodrigo, Joselito, Fernandinho e Ed. Essa é a escalação do time campeão.

Acenei me despedindo e ele me perguntou.

Profeta: Não quer saber do Brasileirão?
Eu: Nem precisa ser profeta para saber. Fluminense campeão brasileiro de 2012.
Profeta: Com melhor defesa, melhor ataque e com Fred na artilharia.

Após mais uma mordida no cachorro quente ele foi se afastando, mas não sem antes reforçar, como para se certificar que eu havia entendido.

Profeta: Mauricio, Dumato, Fred, Douglas, Flávio, Rodrigo, Joselito, Fernandinho e Ed. Essa é a escalação do time campeão.

O Profeta, na ilustração de Marcelo Monteiro

terça-feira, 11 de setembro de 2012

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Spectreman e a Orquestra Voadora

Caso tenha menos do que trinta anos provavelmente esse clipe da Orquestra Voadora não terá muito significado para você (além, é claro, do fato de que a música e as animações são muito boas). Mas para alguém que, como eu, cresceu vendo Spectreman, esse clipe é simplesmente do c#*#$@%!



O inusitado encontro de um sem-terra (Dumato), de um dentista plantando bananeira (Gustavo Durão) e do Spectreman (eu).