sábado, 10 de outubro de 2020

Até Breve

Nunca mais os abraços afetuosos de quebrar as costelas e que deixavam a gente todo descabelado.

Nunca mais as gargalhadas, sua marca registrada.

Quantas vezes ouvi de desconhecidos: "Você é sobrinho do Mesquita? Gosto muito dele. Seu tio é um grande sujeito. Diz a ele que eu mandei um abraço".

E ele era realmente um grande sujeito. 

Amava imensamente a vida. E esse amor foi recíproco. 

Meu tio. Meu padrinho.

Até breve, tio Mesquita.

E lá se vão 42 anos!


sexta-feira, 5 de maio de 2017

Tributo a Belchior

A minha apresentação neste blog - na coluna ao lado à direita - começa com um trecho de uma música de Belchior. O fato de tê-la usado para me definir já diz muito sobre o quanto gosto de suas canções.

Então, ainda mais depois de passados alguns dias de sua morte, não sei se há muito mais a dizer. Como nenhum outro, ele sabia que sons, palavras, são navalhas. Sendo assim, talvez reste apenas ser piegas e ressaltar que suas canções seguirão vivas, atuais e, principalmente, afiadas. Seguirão feito faca, cortando a carne de todos nós. 

E, como última homenagem, segue abaixo a íntegra daquele que é, na minha opinião, o melhor álbum de Belchior. O novo sempre vem, mas Alucinação tem 41 anos e parece que foi lançado ontem. Segue novo.





domingo, 19 de junho de 2016

O Precursor do Uber

Um jornal da região de Miguel Pereira costuma publicar pequenas biografias de pessoas ilustres da cidade. Esta semana foi publicada a do meu avô paterno (leia aqui) e muitas lindas lembranças que guardo dele vieram à tona. Mas isso é assunto para outra oportunidade.

Queria chamar atenção para um trecho da biografia, o qual reproduzo abaixo:

Estudando outras oportunidades de sobrevivência, optou então por trabalhar como taxista na cidade, e ao lado de Pedro Vergnano, Alvanyr de Lima Ferreira, Manoel Guilherme Barbosa e Paulo Machado, entre outros, compondo um pioneiro grupo de homens que entre as décadas de cinquenta e setenta eram conhecidos pelo título de “motoristas de praça”. De acordo com suas filhas, Argeu primava pela elegância e bom gosto ao tempo em que era taxista. Dentro ou fora do seu Ford 38 [na verdade era um Chevrolet 38, de cor preta - comentário meu] ele jamais deixou de envergar uma camisa bege e uma gravata preta, pois considerava a aparência e a postura de um profissional atributos indispensáveis ao serviço que executava e ao atendimento aos passageiros que o procuravam.

Carro preto, boa apresentação e atendimento de primeira ao seus clientes. Só existe uma conclusão possível: vovô Argeu foi o precursor do Uber.

Vovô Argeu: Uber analógico
 

terça-feira, 14 de junho de 2016

Máquina do Tempo (3)

Outro motivo (ver outros aqui e aqui) para que fosse inventada a máquina do tempo: Wishbone Ash ao vivo, no auge e tocando The King Will Come.

Duvido que vocês assistam esse vídeo e não fiquem uns três dias com o riff da guitarra do Laurie Wisefield colado em seus cérebros.

Tem gente que não consegue andar e mascar chiclete ao mesmo tempo. Nesse vídeo ele masca chiclete e brinca de tocar guitarra. Dá a impressão de que qualquer um pode fazer igual.

Desculpem o palavreado, mas é simplesmente foda! Muito foda!

E pensar que o álbum Argus tem 44 anos e não envelheceu.




terça-feira, 7 de junho de 2016

O transporte público que o Rio precisa

O Rio de Janeiro vai ter um sistema de Veículos Leves sobre Trilhos (VLT). Ontem foi o primeiro dia útil de funcionamento e o tal veículo teve uma pane elétrica.

VLT tem problema elétrico no primeiro dia útil de funcionamento

Entendo que tudo ainda está em fase de testes e tudo mais. É para dar problema mesmo. Mas a questão não é essa. Esse bonde moderno não combina com o Rio de Janeiro. Não tem malemolência. Falta a ele brasilidade.

Vejam vocês: uma das preocupações das autoridades é que, como o VLT não faz barulho, podem ocorrer atropelamentos de pedestres desavisados. É isso mesmo: o veículo não faz barulho! E não solta fumaça!

É uma intervenção inadmissível no ecossistema urbano de nossa cidade. Depois da extinção da geral no Maracanã, esse provavelmente é o maior ataque ao patrimônio cultural imaterial carioca. O que falta mais? Proibirem o Biscoito Globo?

Mas ainda há tempo para reverter isso. Se eu fosse prefeito do Rio de Janeiro arrancava todas essas tralhas do VLT e implantava em seu lugar linhas de trenzinhos Carreta Furacão (meu amigo, se você não faz ideia do que seja isso, eu sinto muito pela sua alma).

Imagine você chegando ao aeroporto Santos Dumont e podendo embarcar em uma viagem de alegria e curtição com versões genéricas e dançantes do Fofão, do Capitão América, do Mickey e do Popeye. Perto disso, o que é um passeio no bondinho de Santa Tereza? Antevejo milhões de turistas vindo ao Rio só para desfrutar dessa experiência. Isso sim seria um legado olímpico digno de nota.

O leitor mais atento poderia dizer que não se trata de um fenômeno cultural carioca. Os trenzinhos são de Ribeirão Preto, é verdade. Mas e daí? Se é para importar alguma tecnologia de fora do Rio, que seja brasileira. Nada de veículos fabricados com tecnologia francesa. Se a nova presidente do BNDES tiver o mínimo de sensibilidade, vai pegar os R$ 100 bilhões que querem repassar de volta ao Tesouro e financiar a indústria dos trenzinhos com juros subsidiados. Esses são os campeões nacionais que merecem apoio.


A volta dos que não foram

O blog ficou meio parado nos últimos meses, mas agora pretendo reativá-lo aos poucos. De cara era necessário atualizar a minha descrição para incluir o título da Copa ED do ano passado: depois de 13 anos posso dizer que sou tricampeão.